Morada da Serra
Quem me conhece um pouquinho sabe que eu me emociono fácil. Qualquer coisa eu choro, ou me arrepio. Ou então eu me alegro ou me enraiveço...não sou indiferente a nada, eu reajo a tudo o que acontece a meu redor, as vezes muito bem, as vezes muito mal...he he he.
Os meus amigos não podem reclamar que a minha companhia é monótona, quem quer sossego deve guardar uma distância segura de mim. Uns mil quilômetros acho bastante razoável :oP.
Putz, a trilha estava muito legal, não é? Cerca de setenta (70) bikers naquele lugar fantástico.
Comecei o pedal na cozinha e pude ver a cabeçada subindo os primeiros morros. Visão inesquecível! Eu acordei quatro horas da manhã com uma vontade louca de fazer essa trilha novamente.
Cada trecho que eu transpunha, num misto de assombro e orgulho, eu lembrava de algum fato ocorrido na última trilha. Na vez passada eu caí, logo no primeiro quilômetro, no barro molhado. O bar end acertou meu nariz e o sangue jorrou. Fiquei tonto e com vontade de vomitar.
Lembro de mim naquele dia, chorando totalmente frustrado, enquanto via os outros bikers ganhando distância. Talvez aquilo não fosse para mim, pensei.
Marcelino chegou em seu carro e me pediu para entrar, disse que era diversão, não sofrimento. Eu teria outras oportunidades para pedalar. Eu lembro nitidamente do olhar de Marcelino, preocupado, sinceramente preocupado comigo.
Mas eu também sou teimoso. Quem me conhece já deve saber disso. Peguei a bike e tentei pedalar mais um pouco. Não fui muito longe, vinte e dois quilos mais pesado que hoje e com pouco mais de um mês pedalando, não deu.
Teimosia tem limite. O mountain bike te ensina humildade, aos poucos, quer você queira ou não.
Subi no carro de apoio. Logo outros juntaram-se a mim. Pensei que o mountain bike era mais que um esporte, era um filosofia de superação pessoal, quase uma religião. Um dia eu voltaria ali e faria aquela trilha, não dentro do carro, mas em cima da minha bike. Não importa o quanto demorasse, eu voltaria ali.
Hoje cheguei pedalando no mirante, me aproximei da borda e olhei ao redor, indescritível meus sentimentos na hora.
Marcelino, queria que você estivesse por lá, queria poder te olhar nos olhos e dizer: Eu consegui! E te abraçar! Acho que você ficaria orgulhoso de mim. Na tua ausência eu preferi ficar só, assimilando o acontecimento. Fui para um cantinho e, para variar, chorei :o)
Não sou religioso, mas a perfeição do lugar faz a gente pensar, não é? Cada acontecimento tem seu tempo e lugar, não parece haver acaso, para o bem e para o mal. Senti falta de minha amiguinha Camilinha que eu conheci nessa trilha a primeira vez que foi feita, que pena que ela não pode vir. Só a presença dela ao redor já anima uma multidão. Mauro me disse que ela está gripada.
Cuide-se minha amiguinha. Adoro você! Queria muito ter acompanhado você na trilha hoje (pelo menos ter tentado :o) ).
Eu penso muito, muito mesmo. Gostaria tanto de conversar os meus pensamentos. Como isso não é possível ainda, então eu escrevo parte deles. Me desculpem :P
E eu percebi, lá no alto da Morada da Serra que eu sou louco por mountain bike, louquinho de pedra. O vírus me pegou. Estou irremediavelmente com a minha vida ligada a uma máquina com duas rodas e um banquinho.
Tomara que não exista cura! É bom demais pedalar. E algo mudou na minha percepção das coisas e das pessoas...mas isso é uma longa história, fica pra uma outra ocasião.
Naquele mirante eu queria estar abraçando minha parceira (que não tenho he he he). Certas emoções e certos sentimentos eles se tornam maiores e mais completos quando partilhados com quem você gosta. Espero que a proxima vez que eu faça a Morada da Serra eu consiga partilhar minhas emoções in loco, na hora em que elas acontecem, plenamente.
E minha parceira, o amor que um dia vou ter, também tem que amar o mountain bike.
O vento no rosto, o cheiro do mato. O canto dos pássaros.
Porque os que se amam devem partilhar mais que os corpos, mais que os pensamentos, devem partilhar suas ações, seu estilo de vida, de outra forma não é amor, é desejo.
O amor que um dia eu vou ter
pode ser qualquer uma,
pode ser branca, negra, alta ou baixa.
Pode gostar de música ou cinema,
de livros ou pintura.
Mas o amor que um dia vou ter também tem que amar o mountain bike.
Vamos juntos nas trilhas e nas descidas de mãos dadas, loucos até o final.
Nos mirantes, no ponto mais alto, abraçados escolhermos as montanhas do dia seguinte.
Uma vida inteira de trilhas.
Parceiros.
E em cada gole de água, também um beijo, um afago.
Montaremos nossas bikes e partiremos rumo ao por do sol,
e se amar a cada parada, até o último dia de nossas vidas.
O amor que um dia eu vou ter eu jamais vou esquecer.
Nem o mountain bike.
Ricardo-Curupas (meio viajando hoje)
Os meus amigos não podem reclamar que a minha companhia é monótona, quem quer sossego deve guardar uma distância segura de mim. Uns mil quilômetros acho bastante razoável :oP.
Putz, a trilha estava muito legal, não é? Cerca de setenta (70) bikers naquele lugar fantástico.
Comecei o pedal na cozinha e pude ver a cabeçada subindo os primeiros morros. Visão inesquecível! Eu acordei quatro horas da manhã com uma vontade louca de fazer essa trilha novamente.
Cada trecho que eu transpunha, num misto de assombro e orgulho, eu lembrava de algum fato ocorrido na última trilha. Na vez passada eu caí, logo no primeiro quilômetro, no barro molhado. O bar end acertou meu nariz e o sangue jorrou. Fiquei tonto e com vontade de vomitar.
Lembro de mim naquele dia, chorando totalmente frustrado, enquanto via os outros bikers ganhando distância. Talvez aquilo não fosse para mim, pensei.
Marcelino chegou em seu carro e me pediu para entrar, disse que era diversão, não sofrimento. Eu teria outras oportunidades para pedalar. Eu lembro nitidamente do olhar de Marcelino, preocupado, sinceramente preocupado comigo.
Mas eu também sou teimoso. Quem me conhece já deve saber disso. Peguei a bike e tentei pedalar mais um pouco. Não fui muito longe, vinte e dois quilos mais pesado que hoje e com pouco mais de um mês pedalando, não deu.
Teimosia tem limite. O mountain bike te ensina humildade, aos poucos, quer você queira ou não.
Subi no carro de apoio. Logo outros juntaram-se a mim. Pensei que o mountain bike era mais que um esporte, era um filosofia de superação pessoal, quase uma religião. Um dia eu voltaria ali e faria aquela trilha, não dentro do carro, mas em cima da minha bike. Não importa o quanto demorasse, eu voltaria ali.
Hoje cheguei pedalando no mirante, me aproximei da borda e olhei ao redor, indescritível meus sentimentos na hora.
Marcelino, queria que você estivesse por lá, queria poder te olhar nos olhos e dizer: Eu consegui! E te abraçar! Acho que você ficaria orgulhoso de mim. Na tua ausência eu preferi ficar só, assimilando o acontecimento. Fui para um cantinho e, para variar, chorei :o)
Não sou religioso, mas a perfeição do lugar faz a gente pensar, não é? Cada acontecimento tem seu tempo e lugar, não parece haver acaso, para o bem e para o mal. Senti falta de minha amiguinha Camilinha que eu conheci nessa trilha a primeira vez que foi feita, que pena que ela não pode vir. Só a presença dela ao redor já anima uma multidão. Mauro me disse que ela está gripada.
Cuide-se minha amiguinha. Adoro você! Queria muito ter acompanhado você na trilha hoje (pelo menos ter tentado :o) ).
Eu penso muito, muito mesmo. Gostaria tanto de conversar os meus pensamentos. Como isso não é possível ainda, então eu escrevo parte deles. Me desculpem :P
E eu percebi, lá no alto da Morada da Serra que eu sou louco por mountain bike, louquinho de pedra. O vírus me pegou. Estou irremediavelmente com a minha vida ligada a uma máquina com duas rodas e um banquinho.
Tomara que não exista cura! É bom demais pedalar. E algo mudou na minha percepção das coisas e das pessoas...mas isso é uma longa história, fica pra uma outra ocasião.
Naquele mirante eu queria estar abraçando minha parceira (que não tenho he he he). Certas emoções e certos sentimentos eles se tornam maiores e mais completos quando partilhados com quem você gosta. Espero que a proxima vez que eu faça a Morada da Serra eu consiga partilhar minhas emoções in loco, na hora em que elas acontecem, plenamente.
E minha parceira, o amor que um dia vou ter, também tem que amar o mountain bike.
O vento no rosto, o cheiro do mato. O canto dos pássaros.
Porque os que se amam devem partilhar mais que os corpos, mais que os pensamentos, devem partilhar suas ações, seu estilo de vida, de outra forma não é amor, é desejo.
O amor que um dia eu vou ter
pode ser qualquer uma,
pode ser branca, negra, alta ou baixa.
Pode gostar de música ou cinema,
de livros ou pintura.
Mas o amor que um dia vou ter também tem que amar o mountain bike.
Vamos juntos nas trilhas e nas descidas de mãos dadas, loucos até o final.
Nos mirantes, no ponto mais alto, abraçados escolhermos as montanhas do dia seguinte.
Uma vida inteira de trilhas.
Parceiros.
E em cada gole de água, também um beijo, um afago.
Montaremos nossas bikes e partiremos rumo ao por do sol,
e se amar a cada parada, até o último dia de nossas vidas.
O amor que um dia eu vou ter eu jamais vou esquecer.
Nem o mountain bike.
Ricardo-Curupas (meio viajando hoje)
1 Comments:
Como diz o Groisman, entre aspas...rs, "Muito bom !!"
Estou enviando o link do seu blog para a minha nova, recém-estreada namorada. Uma das coisas q me aproximou e interessou nela foi o gosto por esportes e, mais tarde, pra ratificar a compra de uma Mountain Bike.
Muito legal seu depoimento Curupas. E verdadeiro... Show !!
Estive uma vez com vc numa trilha, o Córrego do Ouro. E hoje me arrependo de não o ter conhecido, efetivamente.
Na próxima, faço contato. Voltei agora a acessar os emails dos Rebas. E, como sempre, esperando q esse "sempre" acabe aqui...rs, fiquei um tempo sem pedalar por inconstância relacionada as prioridades, supostamente prioritárias...rs, no decorrer de nossas vidas.
Abraço e felicidades.
Ahh... e uma pessoa muito especial para vc. !!
Luciano Coelho.
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